O que o mercado precisa entender sobre a “economia da reputação”?

Sócio-fundador da Propósito, Daniel Rohrig lidera a área de Reputação

Imagine o seguinte cenário.

Uma pessoa adquire um terreno e, imediatamente, inicia a construção da sua casa. Logo na etapa das fundações, o mestre de obras sinaliza que o terreno está instável, com características desfavoráveis à continuação da obra. A pessoa insiste e decide pela sequência do empreendimento. Quando as primeiras paredes começam a subir, as rachaduras também começam a aparecer. Mesmo com todas as tentativas do mestre de obras para interromper a construção, a pessoa insiste. Bom, não vai ser necessário eu seguir narrando o final desta história, pois o desfecho parece óbvio, não é mesmo?

Mas o óbvio precisa ser dito. No lugar do terreno, imagine o contexto da sua marca ou empresa. No lugar das fundações, imagine a sua reputação. No lugar das paredes, imagine a percepção dos seus públicos de interesse em relação à ela.

Empresários e líderes C-level precisam, mais do que nunca, entender a reputação como um dos ativos de maior valor em uma organização, pois é ela quem vai determinar o quão valioso seu produto ou serviço é perante o mercado. Chamamos esse contexto de “economia de reputação”.

Reputação é construção, constância, soma, repertório e legado. Não se constrói do dia para a noite. Ela é uma espécie de “colchão” que vai dar suporte a todas as demais frentes de ação de um negócio.

A soma da percepção de seus públicos – interno e externo determinam o quanto sua organização é respeitada, admirada e valorizada, seja pela opinião pública ou pelo desejo de consumo de seus produtos ou serviços.

E como se constrói reputação?

Em primeiro lugar, construir reputação precisa estar na agenda de governança da organização. Precisa ser uma vontade que vem de cima para baixo. Não é a equipe de marketing e comunicação a responsável por ela. É do presidente, CEO, diretor, seja qual for a maior instância de liderança.

Com a decisão tomada, o próximo passo é estabelecer uma agenda com fluxos e processos para que a gestão de reputação aconteça na empresa. A primeira ação é fazer uma “fotografia” atual da organização, para que o “filme” reputacional comece a rodar.

A metodologia de gestão de reputação executada na Propósito envolve três grandes etapas importantes. A primeira delas é o diagnóstico, em que vamos entender o planejamento estratégico de negócio, onde a empresa está e para onde ela quer ir, quais os públicos de interesse e qual o nível de influência de cada um deles, quais as fortalezas, oportunidades ameaças e fraquezas e por quais canais a empresa irá se relacionar com cada público.

Na segunda etapa, usamos todos os insumos do diagnóstico para traçar o planejamento estratégico, que é a grande bússola do processo. Aqui, cada um dos públicos ganha atenção especial, com ações concretas de engajamento, definição do posicionamento e das mensagens-chave que a organização pretende transmitir. Cada estratégia também é adaptada conforme o canal de interação.

A implementação das ações integra a terceira fase do processo. Aqui, o planejamento estratégico é executado na íntegra. E o segredo do sucesso da execução é trabalhar com a “verdade”. Junto com a execução, vem o monitoramento e a mensuração do trabalho.

Fazer gestão de reputação não acontece do dia para noite. É preciso tempo. Assim como em uma grande obra de engenharia, antes de construir, é preciso preparar o terreno, garantir que as fundações de sustentem e permaneçam sólidas com o passar do tempo.

Aliás, o tempo é o maior aliado de reputações sólidas. Mas, também, quando perdido ou mal aproveitado, pode se tornar o maior inimigo.

por Daniel Rohrig
Jornalista e sócio-fundador da Propósito Comunicação Corporativa

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